Falei no padrão da minha vida, num post anterior. Foi por mero acaso e numa fracção de segundo que tal me surgiu, mas agora que penso mais cuidadosamente sobre isso, vejo que sim, tenho seguido o mesmo padrão em todas as minhas decisões e escolhas… e como tal, tenho-me dado mal. Valem sempre pela experiência, atenção! Se há coisa que sou e gosto de ser é optimista e portanto, tento sempre retirar uma lição de qualquer experiência menos boa.
Excluindo os namoricos da adolescência, pois realmente não podemos dar-lhe importância, o meu padrão começou de forma suave, suavemente com o meu primeiro namorado a sério, aos 18 ou 19 anos.
PADRÃO: Falava constantemente na ex-namorada; amuava sempre que não lhe dava a atenção que queria (ou seja, tinha de estar sempre disponível).
Aquilo durou para aí uns 3 meses e porque eu era de facto muito ingénua. Quando um homem fala constantemente numa ex (e de preferência mal) é sinal que ainda a quer. Vão por mim, a relação terminou no dia em que ele me contou que a ex lhe tinha ligado porque queria encontrar-se com ele, o gajo foi (sem me contar, óbvio) e veio extremamente f*d*do porque ela só lhe quis devolver umas coisas que ainda tinha dele.
Um ano e pico depois, conheço o que se tornou o meu segundo namorado.
Neste caso, penso que não tinha motivos para me preocupar. O tipo era bem mais velho que eu. Ele tinha já 29 anos, eu só tinha 21. Pensei cá para mim que com aquela idade, já devia saber o que queria. Bom, na bagagem, ele trazia uma relação de 6 anos, terminada 2 anos antes. Por mera precaução, quando começamos a sair mais amiúde, perguntei-lhe como se sentia em relação a isso. A resposta foi simples “Já se passaram 2 anos.”, com aquele ar de “Por favor, é mais que passado.” Bom, para mim isso bastou. E a verdade é que nunca me falou nela. Resultado, namorávamos há 7 meses quando ele soube que a ex estava novamente livre e acabou comigo com um simples “Preciso de um tempo”. 4 anos depois… ainda me pergunto quanto mais tempo ele precisa, porque nunca mais me disse nada. ;-D
Meses depois, não posso precisar quantos, mas creio que meio ano, conheci um rapaz nas férias, também ele a rondar os 30. O caso era ainda mais gritante: 12 anos de relação, terminada meses antes. Era Verão (e eu não acredito na duração dos romances de Verão) e portanto pensei que mal faria sair com o rapaz por uns tempos. Bom, não chegou ao mês. Não aguentei quando me comparava constantemente à rapariga, sempre a meu favor, claro, mas ainda assim… (PS: Este é o tal que casou este Verão e ainda não me esqueceu! Eheheeh Animal…)
Depois disto, passaram-se mais de 2 anos, quase 3, até voltar a sair com alguém. É aqui que entra o R., o tal que me fez a vida negra durante meses.
Fisicamente, é tal como eu gosto, mais para o fortezinho e bem mais alto que eu. Eu tinha 25, ele quase 30. A coisa começou bem, até descobrir que havia uma filha. Pensei cá para mim “onde há filha, há mãe”. E tinha razão, claro. Nunca se tinham casado, e supostamente não viviam juntos, estavam separados há meses. Mal soube isso, não quis sair mais com ele. Para quê arriscar? Mas, houve uma coisa que eu não esperava e que ainda hoje não tive com mais ninguém: aquela verdadeira atracção física, quando basta um olhar para nos incendiarmos totalmente. Nesse aspecto fomos sempre, até ao último dia, completamente compatíveis. E foi também isso que me fez ficar com ele tanto tempo, apesar de sentir que alguma coisa estava mal. Durante 3 ou 4 meses foi uma relação fantástica. Tirando a óbvia afinidade sexual, havia entre nós uma verdadeira harmonia. Estávamos juntos, estávamos bem. Infelizmente, havia os problemas relacionados com a criança e a má relação com a ex, até que… afinal não havia ex. Ele vivia com ela, nunca estiveram separados. Coisa que nunca entendi porque passávamos tanto tempo juntos, falávamos imenso ao telefone, sms, msn… a toda a hora. Como ele fazia, eu não sei. Sei que o mundo ruiu no dia em que descobri. A história continua mais um pouco, com ele a sair de casa, a cercar-me constantemente, mas realmente sem nunca ter tido intenção de a deixar. Na verdade, mudaram de casa e de freguesia. Hoje, vive a uns 200 mts da minha casa. J
Foi a relação que mais dificuldade me deu para a superar. Até porque mesmo vivendo assumidamente com ela, a tão pouca distância de mim, nunca deixou de me importunar. Mas, realmente chegou uma altura em que estava tão farta e desejei-lhe entre outras coisas que ele morresse. E então, ele parou. (5 meses depois, nova carga… mas nunca mais terá a força que já teve.)
Entretanto conheci o P., mas não tivemos tempo de criar laços, devido à distância geográfica. No entanto, admito que ele devolveu-me a fé nos homens. Porque sinto que foi sempre correcto comigo, não disse o que não sentia, não me enganou, enquanto esteve comigo, realmente esteve comigo.
Mas, lá está, por muita boa vontade que se tenha, chega um ponto que começa a ser realmente difícil viver as coisas com o mesmo ânimo e expectativa de outros tempos. No entanto, eu acredito que é possível e faço os possíveis e impossíveis para arrumar bem direitinha toda a minha bagagem, de modo a que ela não me caia em cima a qualquer momento.
Recentemente, conheci um homem, que à partida personificava tudo o que sempre quis: bonito, inteligente, culto, viajado… Esse tipo de pessoa faz-me sentir uma menina e eu gosto disso. Porque já tenho de ser uma mulher independente durante 90% do tempo, e sabe-me bem entregar as rédeas a alguém, de vez em quando. Bom, o padrão… mais uma vez. Havia uma ex, havia bagagem mal-arrumada e, no final, fiquei eu, novamente de mãos a abanar, porque quis ficar e ver no que ia dar. Ele disse que nunca mais voltariam, mas o certo é que eu sabia que ela ainda habitava na cabeça e coração dele. E como tal, um belo dia, numa hora falámos de um futuro encontro, na outra no final de tudo, porque ela tinha voltado. Neste momento, ando a lamber as feridas do orgulho ferido, mas nada que eu não saiba já fazer na perfeição.
E é assim… chego aos 26 anos, com 1 bagagem constituída por 5 malas, umas maiores outras menores e dou por mim a pensar que realmente não preciso de mais. E a pensar, como é que se mudam gostos, prioridades e hábitos… de forma a mudar o padrão. Sinto que tenho de mudar eu própria e isso não me agrada nada, porque sempre gostei de mim tal como sou.
Gosto de olhar para mim e sentir que ainda sou uma menina, mas não de pensar que sou uma tola ingénua que cai sempre na mesma esparrela. No entanto, o meu medo de ficar diferente, amarga e triste, desconfiada, é tão grande, que continuo a preferir viver os momentos enquanto posso e sofrer as consequências depois, que deixar de viver alguns poucos momentos bons para não viver, simplesmente.
Este post não é uma cantiga da carochinha. Não espero convites nem declarações e tampouco palmadinhas nas costas. Simplesmente, é uma constatação minha do resultado de todas as minhas aventuras na minha curta vida. Se o resultado é positivo? Espero que sim. Espero da próxima vez, continuar a confiar e a acreditar… mesmo sabendo que poderá resultar mal.