Por acaso até sei ler mapas, mas decorar estradas e percursos é que não. Sou assim, tenho de fazer o mesmo caminho umas 50 vezes para saber sem errar onde virar e, principalmente, onde não virar.
Uma das minhas vítimas de eleição, a Belinha, sabe de cor e salteado que quando tenho dúvidas arrisco sempre. A maior parte das vezes sou obrigada a voltar para trás, mas já tive sorte, correu bem, a alternativa servia e o final foi feliz.
Também na vida sou assim. Na dúvida, arrisco. A maior parte das vezes falho, mas o risco é sempre calculado. Quando tomo uma decisão, a haver alguém lesado, que seja eu e só eu.
Quem não me conhece muito bem julga-me calma, paciente. Infelizmente, é daquelas aparências que enganam. Não sou paciente, não gosto de hesitações, não gosto de esperar ou fazer esperar. Se tiver de decidir alguma coisa é na hora. Mas, não são todos como eu. Então, tenho de me sujeitar (nem sempre, mas às vezes tem de ser) ao ritmo dos outros. É claro que há esperas e espeeerrraaassss!
Quando a espera é demorada, os sintomas da impaciência mal controlada começam a aparecer. Começo a sentir comichão, mesmo e a sério. É nas mãos, na cara, na cabeça... Sinto comichão. Ponto.
Não presto atenção nenhuma ao que me dizem. A pessoa fala e fala e fala e eu... nada. Começo a não reagir. Não sorrio, não respondo. E quando o faço só com monossílabos.
Depois vem a fase em que o simples tilintar de uma colher na chávena me afecta. Não consigo suportar barulhos, barulhinhos, sussurros...
Olho para as pessoas e imagino-me com um taco de basebol a partir-lhes os dentes. Imagino-me a passar de carro por uma poça de água e a molhar toda a gente, de preferência uma noiva vestida de branco.
Vou a conduzir e ponho a música alta e mesmo assim não a ouço. Não a sério. Ouço um ruído, nada mais.
Nestas alturas é dificil fazerem-me rir. Só pessoas muito especiais. Mas, depois... se ainda estiver "em espera" volto ao mesmo. E de dia para dia vai piorando.
Mas, continuam a julgar-me calma. Com estranhos não sou mal-educada, não respondo feio. Até sorrio (com os lábios, que os olhos continuam gelados). Nalguns casos estou a olhar para a pessoa, a sorrir ou a falar e rogar-lhe todas as pragas do mundo.
Geralmente, para não perder a cabeça fico em casa, no meu cantinho, a ler um livro ou simplesmente de olhos fechados a tentar descansar, pois não quero ver nem falar com ninguém. Mas, ao fim de umas horas já estou impaciente e farta de estar isolada e já só quero é sair de casa.
E vocês pensam "Esta, um dia, mata alguém".
Eu??? Ná...! Detesto violência.
8 comentários:
Pois eu ás vezes gostava de fazer como nas novelas... começar a partir loiça, jarras e coisas do género! Mas depois vejo que só ía ter mais trabalho e despesa...
Ás vezes o melhor é mesmo ficar no nosso cantinho e esperar que passe!
Bjs
BABE!Eu passo-me complectamente quando levo sécas e das de esperar por alguém são a pior que me podem dar, fico precisamente como tu, que nimguem me assole sequer.
um dia destes fazes como a Pamela Andersen no filme Barb Wire... sempre que alguem lhe chamava Babe ela tratava-lhe da saude acompanhando com a frase Don't call me babe!
Eu tenho um serio problema de impaciência! Lido muito mal com a espera, fico com um mau feitio insuportável e como não posso esmurrar ninguem, acalmo se partir alguma coisa ou der murros e pontapés nas paredes! Já pensei em comprar um saco de boxe para ter em casa! :)
Ana
Às vezes não aguento e atiro mesmo com as coisas (mas só aquelas que não partem.) Ainda ontem, no escritório, estava a imprimir umas folhas e enervei-me, peguei nelas e amachuquei-as todas. Lá tive de imprimir outra vez, mas pronto. :-(
António Rosário
Infelizmente, acabam por pagar sem ter culpa. O meu pai é sempre a vitima maior, porque fala fala e eu nada.
Vicio
Se eu pudesse partir uns dentinhos por aí...
Marta
Já pisei as mãos por dar murros na mesa. Depois fico ainda pior, porque doi... :-(
Gostei do de cima, mas ainda gostei mais deste. Parabéns!
Beijinhos
isto está cada vez a ir de encontro aquilo que eu disse no post a seguir. Eu quando espero, se é muito, desespero. E nota-se...a milhas!
Lurdes
Muito obrigada. Afinal não está a "bosta" que me pareceu ao escrever. É que eu estava em stress máximo!
Psyhawk
Pois, o caso que me levou a escrever isto, está a fazer-me desesperar. :-(
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