Li um texto comovente num blog que visito com frequência sobre o medo de voltar a gostar de alguém, fruto das muitas desilusões e amarguras que passou.
Quem me "conhece" desde o meu primeiro blog, terá ainda na memória, uma situação deveras complicadíssima que passei devido a uma relação que tinha tudo para ser mal-sucedida. Infelizmente, dei tudo o que tinha e não tinha dentro de mim por essa pessoa, vivi de falsas promessas e esperanças infrutíferas. Afastei-me por diversas vezes dessa pessoa, para voltar outras tantas. Nada ia mudar, mas eu queria convencer-me que sim. Porque era mais fácil enganar-me com a esperança que daquela vez ia resultar, do que sofrer diariamente e lutar para esquecer e andar para a frente.
Apesar de tudo, uma ideia permanecia num cantinho quase escondido da minha mente: eu havia de sair sali e ser feliz, com ou sem ele. Sabia que seria assim. Sabia que um dia eu iria fartar-me de tanta desilusão e depois disso nunca mais o quereria ver à minha frente. Porque eu não gosto de sofrer em vão. Maça-me, aborrece-me... sentir-me tão fraca, tão dependente dos caprichos de alguém.
Hoje, quando vejo alguém nesse estado de dependência, acreditando que é amor e que tudo vale por ele, cedendo constantemente aos caprichos, tendo noção que nada vai mudar, mas incapaz de fazer algo contra isso... eu não condeno. Não posso. Been there, done that.
Acho que, em grande parte dos casos, o que nos prende é a nossa dificuldade em aceitar que perdemos. Não, não é o "amor" que nos faz tentar e tentar, e voltar sempre. Até nós temos noção (ou pelo menos a dúvida) de que ali já não existe um sentimento tão bonito. Vejo, reconheço porque vivi, que é uma teimosia em não aceitar que não resultou. Que, naquela relação, fomos nós que perdemos.
Depois de situações destas, e no meu caso particular, fica sempre o medo de voltar a passar pelo mesmo. Não querer amar, para não voltar a sofrer. Pois eu... espero que não seja só da idade, espero ser sempre assim, sinto-me capaz de me entregar totalmente, viver intensamente cada nova relação... Também julguei que não voltaria a confiar, mas confiei. E exigi sinceridade, respeito e honestidade. Sinto que tive tudo isso. Mas, mesmo que não tivesse, mesmo que haja a dúvida... sei no meu íntimo, que nada é eterno e ninguém morre de amor. Sei que no final... o tempo realmente ajuda a superar.
Para essa jovem que tem medo de sofrer... não tentar é como não viver.
E para quem, hoje, vive amarrado a uma relação de dependência... basta querer, que melhores dias virão.
20 comentários:
O medo de voltar a gostar de alguém, não é mais nem menos do que ter a auto-estima em baixo.
A vida é tão complicada e tem tantos momentos maus. Na minha opinião um segundo em que estejamos felizes compensam por horas de tristeza.
Ter medo de voltar a gostar de alguém é estarem a privar-se de serem felizes, nem que seja por momentos! Não há nada de errado em manter as nossas defesas, mas nunca nos devemos esconder, nunca nos devemos impedir de voltar a gostar...
Crestfallen
Sinto o mesmo. Sinto que ao privar-me de gostar porque existe a possibilidade de sofrer, perco a oportunidade de ser feliz, nem que seja por algum tempo.
Por muitas cabeçadas que eu possa ter dado ou ainda possa vir a dar na vida, o medo de voltar a gostar de alguém é coisa que não faz parte de mim.
É normal que se criem determinadas desfesas e que não se queira repetir certas situações, mas deixar de viver algo novo porque se sofreu anteriormente, é simplesmente deixar de viver.
Querida Babe
O problema são tirar as defesas que se cria! Não é fácil! Tudo depende da experiencia de vida de cada um, das memórias de cada um, daquilo pelo qual cada um passa!
É claro que deixar de fazer algo por medo de sofrer é deixar de viver, mas as cabeçadas da vida inconscientemente fazem-nos avançar com calma, mesmo que não queiramos isso!
O nosso coração pede-nos que avancemos, mas muitas vezes o medo apodera-se de nós, bloqueia-nos e impede-nos de avançar!
Faz parte da nossa caminhada, faz parte do crescimento!
E o que é medo para uns, pode não ser para outros vivido da mesma forma e vice versa! Nem tudo é comparavel, porque todos somos afinal diferentes e unicos!
Um dia de cada vez, um medo de cada vez!
Beijinho
PESSOA PREVENIDA VALE POR DUAS!Mas o mêdo de acontecer uma seg.vez faz com que se viva sempre na incerteza e perde-se a oportunidade de se ser feliz, por tal acho( por experiência própria)que havemos sempre de ir em frente e sem mêdos mas com a objectividade de ir-mos conhecendo quem temos pela frente e não o de dar logo um braço quando nos é pedida uma mão ou quando nos pedem duas mãos, dar-mos só um dedo.
Mas se se continua sempre na insegurança é muito complicado por tal é muito melhor experimentar a aventura.
Obrigada... continuo à espera que esses dias cheguem
Nunca deixes de acreditar...pois se o fizeres, aí sim, terás fechado a porta para sempre.
Como disseste um dia -"Não acredito na fada dos dentes, mas recebi uma moeda..." - aplica a mesma forma de pensar agora e sempre.
A sorte protege os audazes, diz-te este teu amigo taberneiro.
Lembrei-me de mim...porque passei por isso (haja alguém no mundo que não tenha passado por uma situação semelhante) o pior é que mantenho uma posição céptica em relação às relações, não me consigo entusiasmar com ninguém! Talvez não esteja a tentar...mesmo a sério!
Obrigado :D
A curiosidade «mata» :))
respondi lá , mas nao podia deixar de vir aqui...voltarei!!!
(tenho muito a aprender)
:p
No meu caso, pa além de sofrer ou nao querer voltar a sofrer, do-me mais o facto de fazer alguem sofrer...nao por te-lo enganado, mas por querer mais da minha vida, querer gostar primeiro de mim, querer cumprir objectivos de vida que nao seriam concretiaveis ao lado desse alguem...mas depois... passados meses o coraçao continua apertado sem saber o que fazer. Racionalmente nao querer voltar e apelando ao coração surge um SEI LÁ angustiante...
Não sei se me fiz entender...
Encontrei o teu blog agora e este post de uma maneira ou doutra tocou-me.
Fica bem :)
Ana
Sem dúvida. Reconheço que alguns casos levam mais tempo a superar que outros, mas daí a deixar de tentar... espero nunca chegar a esse ponto.
Marta
As pessoas não são, de facto, todas iguais. Umas, mais sensíveis, entregam-se com mais intensidade. Compreendo que se criam grandes defesas... a minha sugestão é olhar para cada relação como mais um etapa, um degrau na nossa vida.
António
Temos de aprender com os erros. Viver cada relação com a mesma intensidade, sim, mas não esquecendo as lições... e é o que eu tento.
Adriana
Chegarão... tens de tentar.
Inocêncio
Essa frase não é minha, mas entendo o teu ponto de vista. Não podemos nunca esquecer o nosso valor. Como disse o Crestfallen, o medo de voltar a gostar é sinal de um auto-estima magoada.
Nika-liu
Às vezes precisamos de descansar. Tive um período de 2 anos sem me envolver com ninguém, nem uma simples saída... até um dia...
I&U
Já falamos sobre isto, não foi?
FJ
Bem-vindo e volta sempre!
Silvia
Já passei também por isso... compreendo-te.
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