terça-feira, 12 de junho de 2007

O nosso valor... de mercado



Assim como as figuras públicas, também nós temos o nosso valor de mercado. Dentro da área onde trabalhamos, o nosso valor é conhecido e/ou reconhecido.
Ao ver na capa da Nova Gente que Merche Romero já não recebe tanto pela sua presença como quando namorava com Cristiano Ronaldo, lembrei-me de um episódio engraçado (graça graça só eu é que achei) que se passou aqui na empresa.

Trabalho numa empresa ligada à construção civil. Como sabem, hoje em dia, é preciso apostar forte na segurança e formação, entre outras coisas, dos funcionários. Às vezes é dinheiro deitado fora (a formação) pois 2 situações podem ocorrer: o funcionário pouco aproveitamento dá aos ensinamentos ou não fica na empresa tempo suficiente para que esta veja o seu esforço (tempo e dinheiro) recompensados.

A história foi a seguinte:

Um dos meus colegas foi aliciado a ir para Espanha, onde ganharia mais. Ele considerou a proposta e resolveu aceitar. Fez o que estava estipulado no contrato, enviou a carta de demissão e começou a dar o aviso prévio ("o tempo à casa"). No entanto, o meu chefe, achando que valia a pena manter este funcionário, resolveu negociar novas condições de modo a que ele permanecesse na empresa. Chegaram a acordo e o meu colega vai ficar.

Um outro, que trabalha na mesma equipa que este, decidiu arriscar e fazer o mesmo. Ou seja, chega à beira do chefe e diz-lhe que tem uma proposta para ir trabalhar noutro sítio, onde vai receber mais. O chefe apenas lhe disse "Boa Sorte".

A diferença entre um e outro é que enquanto o primeiro além de assíduo, pontual e competente, era também bom na avaliação dos trabalhos e aprendia rapidamente (Os gastos em formações específicas, com ele eram bem aproveitados.), o outro, era um trabalhador das "8h às 5h". Ou seja, cumpria o horário (quando não faltava), não demonstrava interesse ou iniciativa e demorava o dobro do tempo a assimilar o que tinha de fazer.

Às vezes, vejo os meus colegas a reclamarem do chefe, do salário, do trabalho... mas só reclamam. Uns, porque sabem que não arranjarão muito melhor, outros porque têm noção do que valem. Como eu digo sempre "Sou insubstituível enquanto cá estou".





11 comentários:

Ana disse...

Confesso que tenho uma certa dificuldade em falar deste assunto, porque há vários anos que me deparo com uma realidade muito " ingrata" nas empresas onte tenho trabalhado: o esforço, a dedicação, a competência, etc., não valem de nada... o que interessa mesmo é a graxa, a falta de escrúpulos e os joguinhos de interesse.
Não tenho visto outra coisa á minha volta e por isso mesmo, já há muito tempo de deixei de acreditar que ainda existam patrões que não se guiem por estas regras.

Como não consigo segui-las (simplesmente porque não tenho feitio para lambe-botas), já me habituei á ideia de que o melhor é ir fazendo o meu trabalhinho e não esperar grande coisa.

Ou talvez um dia ainda me surpreenda e encontre um patrão que saiba ser patrão de verdade.

Bjocas

marta r disse...

Os portugueses queixam-se sempre muito. Demasiado. Mas os chefes na maior parte das vezes também não valorizam o trabalho dos empregados.

Vício disse...

na vida profissional, essa frase diz tudo!
problema é quando alguem se julga mesmo insubstituivel!

este blog neste momento é insubstituivel... e vai deixar de ser! :P

Babe Certificada disse...

Ana

O meu chefe é uma pessoa mt simples, que começou por baixo, como se costuma dizer. Não vai em lambe-botas. Embora, já não trabalhe nas obras, anda sempre por lá e sabe bem quem trabalha.

Marta r

É uma verdade. E o meu chefe era assim também. Mas, com o crescimento da empresa, ele viu-se obrigado a ter com ele apenas pessoas em quem confiasse, com competência. Por isso, quem merece tem tudo, quem não merece, não tem nada.

Vicio

A tua última frase preocupa-me. O meu blog vai deixar de ser insubstituível?

Conexo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Conexo disse...

Fizeste-me lembrar uma das maiores parvoíces que fiz na vida:
Na altura trabalhava numa agência de publicidade e tive uma proposta de outra agência, que quase me triplicava o ordenado. Pensando eu que na agência onde estava nunca se iriam aproximar sequer dessa proposta, nem me iriam dar todas as condições infra-estruturais que eu pretendia para que pudesse trabalhar em condições, disse logo que sim.
A verdade é que igualavam-me o ordenado ao da outra agência e ainda me davam carro e uma quota noutra empresa que estavam para abrir e eu não acreditava. E prometeram-me investir 4 mil contos em material para me dar as condições de trabalho que eu pretendia. Fui na mesma. Um ano depois, o mercado publicitário já estava nas ruas da amargura e eu no desemprego. Não fui capaz de trair o sim que já tinha dado e a decisão que já tinha tomado. Foi uma lição que me custou bem cara. Sim, chama-me estúpido!!!

LurdesMartins disse...

Às vezes, nem quando ainda estamos...
E esse último colega tinha mesmo outra proposta ou foi uma jogada e ficou a ver navios?!

Beijinhos

Babe Certificada disse...

Conexo

Já cometi um erro como o teu. O mal é que dou mt valor à minha palavra e depois de dizer sim, assumo as consequências em vez de mudar de ideias!

Lurdes

A proposta que ele tinha não era nada aliciante, para quem terá de ficar longe da família e amigos. Foi mais uma jogada, mas ao menos não fica desempregado.

Anónimo disse...

Eu reclamo sobretudo do salário, visto que não sou aumentada há 3 anos MAS o custo de vida aumentou (e bem!) nestes últimos 3 anos! Mas também não vou fazer asneira… o mercado está difícil, e por vezes ganhar mais não é tudo! Eu gosto do trabalho e gosto das pessoas, não tenho as condições ideais, mas isso também é utópico! Mas digo-te: tenho noção do que valho e por vezes sinto que não me dão o devido valor! Mas tal como tu, eu também digo - "Sou insubstituível enquanto cá estou"!

Vício disse...

claro que sim! não posso estar a olhar pro teu blog durante 24 horas... ::P

Babe Certificada disse...

Black Cat

No meu caso, tenho noção que ganho pouco, mas tb sei que há gente com mais experiência que eu no desemprego... além do mais, felizmente, o meu chefe facilita-me imenso a vida (sempre que preciso faltar), o que às vezes vale mais que uns euros no salário.

Vicio

Assim está melhor!