Requisito: Conta bancária

(Isto saiu um bocadito grande... sorry!)

A propósito de uma conversa que tive, achei por bem fazer um post.

A bomba lançada foi "a importância do saldo bancário na avaliação de um tipo para futura relação amorosa". As palavras não foram bem estas, mas fica a ideia.

Eu, como rapariga prática que sou, disse logo que sim, que achava que era importante e relevante!

E, antes de julgarem que só saio com gajos conforme o saldo deles, deixem-me expôr o meu ponto de vista.

Primeiro: A velha máxima "Amor e uma cabana" não resulta. Talvez na Globo, com o Rodrigo Santoro (que agora está mais para Hollywood que para o Brasil) e uma modelo qualquer. Aqui, no nosso Portugalzinho real, só é bonito durante um fim-de-semana.

Segundo: A forma como um homem (ou mulher) gere o seu dinheiro ou se empenha em ganhá-lo demonstra uma faceta vital do seu carácter.

Antes de mais, vamos pegar numa amostra tipo: homem, 30 anos, mental e fisicamente são.

- Vive com os pais. (Até aí tudo bem. As famílias portuguesas, de modo geral, ainda não têm o hábito de libertar as crias apenas porque são maiores de idade.)

- Vive à conta dos pais.

Aqui, o caldo já começa a entornar. Convém saber o motivo. Se este passa por uma situação pontual, tipo foi despedido recentemente (atenção, eu disse recentemente), ou está no meio de um projecto e de momento tem de aguardar por qualquer coisa (e mesmo assim já é abusar do motivo), aí tudo bem, desde que seja pontual e ele mostre ser capaz de dar a volta a situação.

Agora, esses meninos da mamã, que estão à espera d' O EMPREGO, aquele que todos queremos (ganhar muito e fazer pouco), ou têm pais ricos e por isso não se preocupam em ser produtivos, que vivem de esquemas, que trabalham apenas quando se acaba l' argent! Meus amigos, homens assim não vão longe, nem apresentam sinais de maturidade e independência, características indispensáveis para mim.

Como eu disse antes, amor e uma cabana não resulta. Qualquer relação precisa de ser alimentada e, para mim, os alimentos são as idas ao teatro, concerto, cinemas, os presentes ou pequenas lembranças, os fins-de-semana fora, os jantares a sós ou com amigos... para isso é preciso os euritos! Porque, também é assim, que vamos tendo temas de conversa, que vamos avaliando os interesses e gostos de cada um.

Não preciso que me paguem as coisas. Felizmente, desde os meus 18 anos que pago tudo o que tenho. Lá está, não me posso dar ao luxo de ir tomar o pequeno-almoço a Paris, assim de repente, mas posso perfeitamente fazê-lo num qualquer sitio chique que serve pratos enfeitados (mas comida nem vê-la). No entanto, e penso que já escrevi sobre isso, existe aquilo que se chama cavalheirismo e que eu aprecio. Ou seja, nem pensar em pedir-me para pagar as contas a meio! Sim, chamem-me o que quiserem mas é o pior que me podem fazer (e felizmente nunca mo fizerem). Convidam-me para jantar, pagam. Não sou daquelas que querem que as mantenham, eu também gosto de convidar e pagar (embora quase nunca me deixem), e quando pago seja o que for não quero ser reembolsada nem quero que se sintam mal por isso. Se somos adultos e independentes, são coisas normais e aceitáveis.

Caso prático (e real):

A minha estetecista, há tempos atrás, terminou a relação de 3 anos porque o namorado não só estava desempregado há uns meses, como não se dava ao trabalho de procurar emprego. Mais, ele tinha quem lhe desse trabalho, mas o que estava a ganhar de subsidio era mais aliciante. Ao fim de um tempo nesta situação, e com ele a arranjar cada vez mais desculpas estapafúrdias, ela começou a pensar que tipo de homem era ele e o que podia contar da parte dele caso viesse a precisar. Não gostou. Ao fim de alguns avisos, terminou a relação e meteu-se a comprar um apartamento sózinha. O tipo aí abriu os olhos e em menos de 2 semanas já estava empregado! Ela ainda o fez penar algum tempo até reatar, mas agora já estão a mobilar a casa nova e de casamento marcado.

O saldo conta... é uma forma de dizer que a maneira como as pessoas vivem, trabalham e regem os seus haveres é um indicativo das perspectivas de futuro, maturidade e independência de cada um. Homens ou mulheres!