sexta-feira, 27 de julho de 2007

Esclarecer



Detesto minhocas na cabeça. Especialmente na minha. Disseram-me que o post "gosto de gostar de ti" estava confuso, que podia levar a interpretações erradas. Acredito que sim. Quando leio o que escrevo, tenho as bases na cabeça. Mas, quem lê pela primeira vez e não tendo um contexto, pode achar confuso. Pois então, cá estou eu novamente, e com o mesmo tema, para ajudar a entender.


Exemplo 1: Se temos uma relação com alguém, supondo que ambos nutrem sentimentos semelhantes um pelo outro, isso leva a que estejamos a viver um momento bom, feliz. Uma briguinha aqui, outra acolá, mas nada de relevante e que até apimenta a relação. A expressão será "é tão bom amar e ser amada", certo? É tão bom gostar e ser correspondida. Gosto do que estou a viver por gostar de ti. Gosto de gostar de ti. Ponto. Acho que dá para entender.


Exemplo 2: Acabou a relação, ou nem sequer existiu. Temos sentimentos por alguém, não somos correspondidos. A verdade é que nessas alturas vivemos num estado de alguma ansiedade, insatisfação. Parece que tudo corre mal, e mesmo o que corre bem não tem aquele sabor especial. Queremos a todo o custo deixar de gostar, amar, querer - escolham! Ocupamo-nos o mais possível, de modo a não pensar naquela paixão. O que realmente queremos é deixar de gostar daquela pessoa. Não gostamos de gostar. Percebem?


Exemplo 3: Muitas vezes, após terminarem relações, ou ao fim de algum tempo sós, as pessoas tendem a olhar para trás e só recordar os momentos agradáveis que passaram com outra pessoa. Lembram-se como era bom gostar de alguém. Pessoas mais independentes, confiantes, mesmo sentindo falta de alguém, conseguem distinguir melhor o que realmente sentem falta. Se calhar não é bem daquela pessoa, mas do conforto, segurança que a relação proporcionava. No entanto, preferem esperar até aparecer outra pessoa de quem realmente gostem e que as preencha, que as satisfaça e até lá, aproveitam bem a sua vida. Há sempre um momento melhor, outro pior, mas nada que impeça de ter uma vida saudável e agradável.


Exemplo 4: Algumas pessoas - e todos conhecemos alguém assim - são, por natureza ou pela vida que tiveram, mais inseguras, mais carentes, mais predispostas a toda a atenção que consigam obter. Tornam-se dependentes de quem lhes dá alguma atenção, segurança. Existe algum conforto em ter alguém, em poder dizer "Eu tenho alguém que gosta de mim. Tenho valor." Valorizam-se a elas próprias, pelo valor que lhes dão, não por gostarem de delas mesmas. Por vezes, nem sempre (embora os casos que eu conheço, tudo me leva crer que sim), não gostam especialmente da pessoa com quem estão. Gostam, de certa maneira, mas não tanto como seria de esperar. Na verdade, aliás pelas coisas que muitas vezes suportam, gostam mais da ideia que falei em cima. Gostam da ilusão de gostar de alguém e tudo o que advêm daí. A maior parte das vezes, julgam mesmo que estão apaixonadíssimas. Mas, aparecendo alguém que lhes dê a mesma sensação, elas consideram a ideia de mudar. Precisam de atenção constante. Precisam de alguém. Mais que gostar da pessoa, gostam mais da ideia de gostar de alguém.



Espero ter esclarecido quem estivesse confuso.

15 comentários:

Bruno Fehr disse...

Pessoalmente gosto sempre de gostar. Não gosto de não ser correspondido, mas de gostar gosto sempre. Gosto de depender de alguém e ter alguém a depender de mim. Gosto de ser livre quando me sinto dependente de alguém. Quando estou livre quero me prender a alguém. Confuso? Sim eu sei...

Anónimo disse...

obrigado.

Anónimo disse...

Só não concordo totalmente com o ponto 4,com a caracterização das pessoas carentes.
As pessoas carentes precisam do outro, precisam de que gostem delas.

existe um quinto caso.
Existem pessoas que gostam de se sentir requestadas,enamoradas.
Este tipo de pessoa até pode estar casado mas precisa dessa sensação de gostar.

Esses é que gostam de gostar.

Mas estou só a dar uma opinião.
Nem sempre duas pessoas concordam sobre determinado tema.

Ana disse...

Assim muito de repente e com muita pressa, venho só desejar-te um óptimo fim-de-semana!

beijocas

Neo disse...

Perfeitamente!

Maria Papoila disse...

Realmente, há gente muito complicada! Devias ter feito um desenho. ;)

Rafeiro Perfumado disse...

Não percebi... como é que as minhocas entram na cabeça? ;)

Bruno Fehr disse...

Anónimo, as pessoas carentes não precisam do outro, não precisam que gostem delas. O problema das pessoa crentes é que não gostam de si próprias, daí a necessidade de procurar sempre alguém que as aceite e goste delas.

Antes de amar realmente alguém, temos de gostar de nós, se gostarmos de nós, não seremos carentes.

Babe Certificada disse...

Crestfallen

Por acaso não é assim tão confuso. Tenho sido assim ao longo de muitas experiências na minha vida,amorosas ou não. Quero muito uma coisa e quando a tenho, já não a quero.

Babe Certificada disse...

Ana

Merci beaucoup! (ah! Igualmente!)

Babe Certificada disse...

Neo

Exactamente!

Babe Certificada disse...

Maria Papoila

Se sou confusa a escrever, imagina a desenhar!

Babe Certificada disse...

Rafeiro

Até te fazia um desenho,mas sou muito má nisso.

A Saltarica... disse...

Babe hoje ate eu comento :p
Isto de usarem os posts dos outros para emitirem opinioes... nao entendo! Mas porque é que os anonimos nao criam eles um blog e colocam la as suas ideias taooo organizadas? Cada um escreve o que quer, é ou não? E nao, não suporto anonimos! Quem tem opiniao que se mostre!

Tenho dito!
felicidades e continua assim!

Babe Certificada disse...

A Saltarica

Bem, realmente é um milagre ver um comentário teu! Mas, ainda bem. Quanto ao post, lá está, fiquei a pensar se não seria de alguém meu conhecido. E por muito confuso que estivesse não merecia ser chamado de lixo disparatado e baralhado.