sexta-feira, 4 de maio de 2007

As marcas

Cada café que tomo com as minhas meninas, faz-me pensar. Bem, não o café, mas a conversa que se desenrola. Então, lá estávamos nós num sítio novo, que tanto hotel começa a enjoar ;-), quando o tema surge das novas relações e das marcas que as passadas nos deixam.
Na vida, todas as experiências marcam, as boas e, especialmente, as más. Quando são experiências a nível afectivo e emocional, essas (más) marcas perduram muito mais tempo, e até que consigamos olhar para elas como simples vivências do passado e não permitamos que elas interfiram no presente, vai alguma distância.
Sou da opinião que quem passa por alguns maus relacionamentos pode acabar de duas formas:
a) a saber exactamente o que quer de uma relação e a reconhecer as coisas boas quando elas estão a acontecer, ou
b) desconfiada, esperando sempre a desilusão e duvidando das coisas boas quando elas acontecem.
Ora bem, isto não é algo que se possa ensinar. Cabe a todos nós tentar reagir da melhor forma. Mas o nosso próprio carácter, o ambiente em que estamos inseridos, e as próprias marcas (sim, que há algumas bem feias) podem dificultar em muito uma constante atitude positiva.
Li algures que é mais fácil ser infeliz que feliz. O meu conselho é este, tudo o que vale a pena tem de ser trabalhado.
Beijinhos e bom fim-de-semana.

17 comentários:

Cusca disse...

Desejo de maravilhoso fds, dizem que s.pedro, já está menos chateado...e que nos vai premiar com solinho :)))) Bjs

Anónimo disse...

Numa primeira fase as coisas menos boas marcam e demoram a passar. Mas depois só as boas é que permanecem. Por pior que tenha sido, não há nada como uma sucessão de coisas positivas para recuperar.
Acho que no fim são as boas recordações que acabam por pervalecer.
Pode é levar o seu tempo...
E o "bom" que vier depois vai acabar por nos "curar" as feridas. A cicatriz até pode ficar, mas quase nem se vai notar.
E "Bom" que é "Bom" até gosta de nós com as cicatrizes. As cicatrizes tem dão um caractér e histórias para contar! ;)

Mulheka disse...

Assino por baixo.
Quando nos magoam é mais difícil esquecer, marca mais, demora mais, não desaparece em 3 tempos. Não é de todo impossível, nem pensar. Mas leva o seu tempo.
Todos temos a “mania” de sobrepor as coisas más às coisas boas (de um modo geral até nem é conscientemente).
Já reparas-te que quando alguém está magoado, desiludido etc. e fazemos esse alguém ver que nem tudo foi mau, que houveram coisas boas, momentos óptimos, sentimentos, cumplicidades, palavras, segredos e que é isso que vale a pena guardar, normalmente, a resposta que ouvimos é: “Sim, MAS…” e desatam a desbobinar o que de mau aconteceu pondo isso, quase sempre à frente das coisas que realmente vale a pena ficarem guardadas? E durante algum tempo é isso que continua no 1º lugar… mas como dizem e muito bem, o tempo cura tudo e como disseste, depois o que fica é a experiência… é com as quedas que aprendemos. Depois de cairmos algumas vezes ou simplesmente tropeçarmos, começa a ser normal levantarmo-nos mais rapidamente ou (como fazemos no dia-a-dia e falando literalmente no tropeçar) rirmo-nos do quase trambolhão e continuamos como se nada fosse connosco!

Bem, este tema daria pano para mangas que é uma coisa doida mas como só quero deixar um comment e não um post, ficou-me por aqui ;)

Anónimo disse...

Eu sou mais ou menos a opção b. sempre desconfiada e com um pézinho atrás! :-D

Babe Certificada disse...

Silvia, bom fim-de-semana.

Drini, já sabes que eu sou do género que acredita que as experiências nos moldam o caracter. Também sabes que eu dependo só de mim e de mais ninguém, mas sim, acredito que são os outros, os "bons", que nos ajudam a ver o mundo como um todo.

Kitty, conheço uma jovem como tu, as coisas boas a bater-lhe à porte e ela a esperar pelas más. Mas como tudo na vida há que ter paciência e humildade, saber aproveitar e dar... quem dá, pode receber...

Mulheka, bom comentário, sem dúvida. Muito real e verdadeiro. Sim, nós lembramo-nos mais depressa do mau, do que do bom, mas chega um dia que o mau já não é tão negativo e o bom suplanta todas as memórias. É esperar para ver.

Mina disse...

Eu pendo para os lados do pessimismo: prefiro sempre ser surpreendida do que desiludida :)
Bjs e bom fim de semana!

Babe Certificada disse...

Mina, ao pender para esse lado podes perder oportunidades, porque nem sequer vais tentar...

Anónimo disse...

Babe, eu sou uma AB, ou seja, estou entre a opção A e a opção B :-) Porque sei EXACTAMENTE o que quero de uma relação MAS sou DESCONFIADA e estou sempre com 1 patita atrás... para poder saltar fora! :-) Há quem diga que assim (com 1 patita atrás) não se vive intensamente... no prob, já passei a fase da loucura, agora quero "sopas e descanso"...

Topo de Gama disse...

As marcas dizem muito... Falam da tua evolução como pessoa, do teu valor, dakilo ke mereces, dakilo ke keres e nao keres...

As marcas sao isso mesmo, cabeçadas na parede ke te ensinam a ser melhor... A ser excelente...

(em jeito de declaraçao e a cagar pro resto) as tuas marcas nao foram em vão, pk sei o valor ke tens, e dakilo ke és capaz! e Gosto!! E fdx.. Ai de alguem ke se ponha com merdas a comentar isto!!!
té vos fodo!! :)

beijo de bom fds...

Actriz Principal disse...

Sinceramente, as duas opções não me parecem mutuamente exclusivas; é possível saber reconhecer algo de bom no momento em que acontece e, ainda assim, ter um pezinho atrás pois outras coisas boas precederam desgraças anteriormente. E não é propriamente um equilíbrio fácil de ser alcançado. Mas, como tu própria o escreves, tudo o que vale a pena tem de ser trabalhado.

...

É curioso que nós, os gajos do Norte, temos uma forma muito semelhante de mandar postas. Yo, não estou a comentar o que está escrito, mas a forma como foi escrito, há dúvidas? Bem me parecia que não...

Ana disse...

Não há nada de mal em ser um bocadinho desconfiada e manter um pezinho atrás. Isso é sinal de que aprendemos com as cabeçadas que damos.
O importante é não deixar que esse "pezinho atrás" se torne tão generalizado que nos impeça de reconhecer aquilo que vale a pena!;)

Beijocas e bom fim-de-semana!

Anokas

Martini Man disse...

Sabem uma coisa? Eu acho isto tudo muito esquisito...

É que não consigo, mas não consigo mesmo, perceber o que é isso de estar de pé atrás com uma pessoa que estamos a conhecer agora.

Não faz sentido!

Pode-me parecer que uma situação pode ter semelhanças com outra já vivida, mas é sempre diferente, porque as pessoas são difentes.

Nunca há a garantia de nada, seja de bom, seja de mau.

Levei muitas porradas, mas estou sempre de a 100%, sempre que a situação o justifica.

Actriz Principal disse...

martini man - é muito simples: vais sendo surpreendido, mas continuas a manter as expectativas assim... ainda por baixo. E continuas preparado para levar com um "ah e tal, afinal ainda não era bem isto..." durante as primeiras semanas.

Repara, eu sou a primeira a cantar "voglio rinascere e essere una gatta..." e que, ainda que me torne mais inteligente, não me importe de dar com a cabeça na parede e descobrir que a mesma (a parede, entenda-se) até era menos dura... ou seja, ainda que não procure, estou atenta e preparada para o que possa acontecer, acabe bem... ou não. E até posso ir atrás, desde que valha a pena. Mas não crio as maiores expectativas, pois estamos a falar de algo que pode ser simplesmente uma bola de sabão nos primeiros tempos.

Lá está, saber aproveitar mantendo os pés minimamente assentes na Terra.

Ah, e a entrega é mais gira se for sendo feita aos pedacinhos!

Martini Man disse...

ACTRIZ: Eu acho que tem a ver com as memórias.

Há pessoas que se fixam de tal maneira ás más memórias que não se conseguem libertar delas e por causa disso deixam passar (ou fogem) de coisas e pessoas que podem ser muito interessantes e que lhes podem fazer bem, nem que seja enquanto "veiculo para".

É que tambem acho que nem todas as relações lá estão para serem "até que a morte nos separe". Há relações (de amor com partilha e com entrega)que são só para nos colocar de pé ou a andar noutra direcção diferente. Para nos despertar e preparar para o que vem a seguir. E isso é positivo, independentemente da duração ou da mesma.

Tudo são bolas de sabão. Tudo!

Podem rebentar ao fim de um mês, ao fim de 10 anos, ou nunca. Mas são sempre bolas de sabão que só sobrevivem enquando a pressão interna for ligeiramente superior á externa, mas inferior á capacidade de resistência das paredes. Por isso necessita de atenção constante e de carinho.

Aos pedaços gosto de morangos e de nozes, que podem ser com chocolate ou creme.

Mas é giro ir dando tempo ás coisas, é...

Babe Certificada disse...

Também acho que deve haver sempre algum cuidado,mas... ó pá, é preciso aproveitar cada momento bom. O pé atrás mostra experiência, mas tb pode significar medo em sofrer. E leva consequentemente a não sentir com toda a intensidade.

Estou de acordo com o que o Martini diz, tudo são bolas de sabão que podem,ou não, rebentar. Mas, enquanto existem...

Actriz Principal disse...

martini man - sim, poderá ter a ver com as memórias e como a gestão das mesmas é feita. Mas isso depende de cada um, da forma como se liberta do que lhe aconteceu.

É claro que não se estará a viver tããããããoooo intensamente, mas, se a coisa correr bem e o pessoal se for libertando aos poucos, vai-se vivendo um "crescendo", e isso parece-me bem.
Se for o caso de "olha, afinal não é por aí que quero ir", deu para aproveitar na mesma e a queda é mais pequenina...

Aos pedaços, gosto também de brownies e irei certamente gostar de uma nova receita de coulant de chocolate que arranjei esta semana! Resta-me o clássico problema de arranjar tempo para o fazer!

Martini Man disse...

ACTRIZ: Lá está! Os timmings são lixados...

Mas como dizia o Alf, esse alien aqui desterrado, "I'm getting the best of a worst situation"

O que quer dizer que temos de jogar com as cartas que temos e da forma que sabemos: com elas em cima da mesa. Sem ases escondidos, nem baralhos marcados.

Mas podem ter nodoas de chocolate ou migalhas de bownies...