terça-feira, 15 de maio de 2007

Cusquice ou confidência?


Isto a propósito de muitas conversas sobre blogs e a diferença de tratamento entre homens e mulheres.

Imaginem que viverem um momento bonito e tal. Sei lá, um first date, um first kiss, uma first time de tudo.




Eu, como gaja mulher, conto às minhas amigas todos os pormenores. Ele fez isto, ele fez aquilo, foi bom, foi mau, blá, blá, blá...
Até aqui tudo bem, é normal. As mulheres costumam partilhar estas experiências. Não é gozo, não é vaidade... apenas partilha das emoções. E, como gaja romântica e não-sei-que-mais, escrevo isso no meu blog, ou Hi5 (ou algum desses sitios). Quem lê, percebe que está ali apenas uma confidência. A miúda passou uns momentos bons e quer contar ao mundo.


Agora, pensem que é o gajo. Ele chega junto dos amigos e conta os pormenores. Ela fez isto, ela fez aquilo, foi bom, foi mau, blá, blá, blá...
Ele é grande porco! Não respeitou a jovem. E então, se tiver um blog ou página do Hi5, pior para ela, porque ele vai falar sobre isso e toda a gente vai saber o que andaram a fazer.


A brincar, a brincar... é verdade. Há muitos rapazes que não gostam que as miúdas contem às amigas sobre a relação deles. Eu até compreendo, por isso, costumo informá-los que faço isso, ou seja, que partilho tudo com elas. E digo já, se algum me pedisse para não o fazer, eu não contava. Afinal, é a nossa privacidade e devo respeitá-la e aos desejos dele, nesse sentido.


Mas, quando é gajo, é dificil aceitar que eles partilhem. Porque há sempre aquele medo de ser gozada, vulgarizada... e pensamos sempre que, mesmo que ele seja um querido e fale como forma de desabafo ou confidência, saber que os amigos dele estão a par da nossa relação, é embaraçoso.


Agora, o raio da pergunta: MAS PORQUÊ?


Andamos sempre a exigir igualdade de direitos e quando chega a nossa altura de lhes permitir algo que fazemos há séculos, vem o medo. Medo de quê?

8 comentários:

Mulheka disse...

Muito bom este post dona babe!
Perguntas bem... medo do quê?!?!
Mas acho que respondeste enquanto mandavas a posta: "Porque há sempre aquele medo de ser gozada, vulgarizada (...) é embaraçoso. ". Claro que isso tb só se aplica a algumas pessoas.
Nota, quando contamos às amigas, pode acontecer rir ou gozar com certa situação entre nós e é por isso, por nós gozarmos, que não gostamos que eles contem... porque também pode acontecer eles "gozarem", rirem de nós entre eles. Esta é a situação do "Não gosto que ele conte porque posso ser gozada mesmo sem saber"

Depois hà a situação do "ser embaraçoso". Há quem posso não gostar de passar por um amigo do dito cujo na rua e pensar: "Este gajo sabe como é que pino"!!!

Isto são apenas duas das situações possíveis mas tb sou só eu a pensar. Creio que haja muita mente por aí que tenha outros tipo de razões que não lembra a ninguém, em relação ao comentar/não comentar.

Creio que tudo depende da mentalidade de cada assim como da sua auto-estima/ bem-estar consigo próprio.

Ana disse...

Pois olha, a mim tanto se me dá com se me deu. Que saibam, falem, que contem, que comentem...é-me igual ao litro!
Situações embaraçosas? Não digo que não as haja...mas passam-me um bocado ao lado.
Quando nós próprias sabemos o que fazemos e dizemos, tambem temos de pensar que o contrário acontece.
É como diz a mulheka...tem a ver com o estar bem consigo próprio. E quando se está bem, isso não nos atinge.

Beijocas

VF disse...

Ainda bem que falas nisso.

Este tema da revelação dos pormenores sórdidos ou não das relações íntimas é muitissimo interessante.

Se eu me lembrasse da última vez em que houve detalhes sórdidos (ou não) até formularia aqui um explendido comentário acerca do assunto, mas como não me lembro da última e a próxima está muito longe, fico-me pelo; excelente post muito interessante e tal...

Topo de Gama disse...

Como ja te disse, tens o dom de me surpreender... E aki está mais um pensamento de "consciencia"...

ja ouvi conversa de gajas, e de gajos tambem... depende da pessoa..

Pessoalmente, se falam de mim, ao menos que falem verdade.. Nao me incomoda que saibam as amigas da minha parceira.. Se fui mau ou bom, depende de muita coisa.. Alias, um lado é que pode julgar a eficacia do outro..

bjs

Babe Certificada disse...

Mulheka, realmente vai da confiança que temos em nós mesmas. Eu já cheguei aquele ponto em que não me devo envergonhar do que faço, apenas porque a nossa sociedade (ainda) conservadora estipulou um determinado papel para a mulher. E se eu falo, devo aceitar que o meu gajo o faça também. Devo é confiar que le o faça com o mesmo respeito que eu.

Ana, exactamente. Quando estamos bem, nada nos atinge. Por norma só sentimos vergonha e embaraço, não pelos outros, mas porque nós próprias não estamos bem com o que fizemos.

Vitor... CONTA! Eu sei que tu tens esses pormenores... anda lá... ;-p

Topo, lá está... sabia que ias dizer qq assim... ok, prometo ser gentil... ;-p

Anónimo disse...

"Eu, como gaja mulher, conto às minhas amigas todos os pormenores." ...?!?!?!... Eu sou mulher e NÃO conto às minhas amigas todos os promenores!!! Na maioria das vezes nem sequer conto! E normalmente só falo de certas coisas quando elas já foram 'arquivadas'...
Mas, Babe, já é altura de perceberes que havereá SEMPRE tratamento diferente para homens e para mulheres... a IGUALDADE é uma TRETA!!!

Firehawk disse...

O que interessam os julgamentos dos outros? Nada, nickles batatoides. O que interessa é o que se sente. E esses medos de onde Vêem eles? Porque existem? Mas não querem assumir a coisa ou acham que vai durar apenas um M~es e depois vai para as cucuias? Na minha opinião que Portugal saiba, que o mundo saiba, que o universos saiba...porque o amor é lindo!

Babe Certificada disse...

Black Cat, realmente vai da personalidade de cada um e das amizades. Eu tenho amigas (conto pelos dedos de 1 mão e ainda sobram) em quem confio inteiramente ao ponto de partilhar com elas a minha vida. Às vezes só o faço tempos depois de ter acontecido, outras é no momento. Se estamos mal, elas apoiam-nos, se estamos bem, ficam felizes por nós. De uma forma, ou de outra, eu costumo contar quase tudo.

Psyhawk, não se trata de não assumir seja o que for e sim, o amor é lindo. Trata-se de saber diferenciar a cusquice da confidência. Se falas directamente com alguém, consideras confidência, se falas de forma quase pública (blog, Hi5 - Conhcem-te e ao mesmo tempo não sabem quem és) pode ser considerado cusquice.