domingo, 6 de maio de 2007

Em jeito de declaração

"A impressão com que a jovem ficou daquele encontro foi "Será assim que ele começa com todas?". No entanto, custava-lhe crer em tal. Aquele tom apaixonado, vibrante, da sua voz, aqueles olhares ardentes e todavia humildes!... Aquilo não era amor certamente, nem mesmo o príncipio disso, mas sim uma espécie daquele perigoso interesse que as crianças experimentam em face das coisas misteriosas que julgam estar fora do seu alcance. (...)

... de novo a invadiu uma sensação estranha - a sensação de que, fizesse ela o que fizesse, jamais conseguiria libertar-se daquele homem."

(Gaja que é gaja, adapta-se!)

(Livro: Para além da morte de John Galsworthy)

2 comentários:

Ana disse...

"...fizesse ela o que fizesse, jamais conseguiria libertar-se daquele homem"

Tentar encontrar a RAZÃO onde muitas vezes ela não existe, pode ser mais perigoso que viver a EMOÇÃO de qualquer coisa que não entendemos...ainda!
Há olhares, há palavras, há momentos dos quais não nos conseguimos libertar e ás vezes o melhor é não tentarmos pensar muito neles. Simplesmente vivê-los.

Bjs

Topo de Gama disse...

Se ele começa assim com todas (o que custa mesmo a crer), depende da outra parte pra poder desenvolver..

Todas aquelas impressões que surgem, e que fazem pensar, os tons de altivez e humildade, o cheiro que levas no corpo pra casa, e que não é o teu, fazem todos parte dessa estranha sensação de ansiedade e de ligação.... Gaja que é gaja, e gajo que é gajo adaptam-se... Para que não se "libertem" cedo demais.. E ver aquele "perigoso interesse" tornar-se em algo mais...

Gostei.. Beijos "des-libertadores"