segunda-feira, 14 de maio de 2007

Intimidade e Privacidade e a partilha de espaços


Desta vez não foi um café, foi um chá. Cidreira para mim, camomila para ela. O tema?


"O direito à privacidade pode levar-nos a construir barreiras à nossa volta que nos impedem de viver em harmonia. A intimidade constrói-se na partilha do espaço, no envolvimento emocional, alicerça-se na cumplicidade e no respeito."
Autor: Freitas , Cláudia



Imaginem o seguinte. Vão de férias com o/a namorado/a. Ficam num hotel, por isso, vão partilhar o quarto e a casa-de-banho. Para algumas pessoas, certas rotinas do dia-a-dia devem ser feitas a sós... há quem não consiga tomar banho com outra pessoa na casa-de-banho (neste caso o/a companheiro/a), ou lavar os dentes, limpar os ouvidos, pôr creme no corpo... sei lá, esse tipo de coisas que fazem parte da nossa higiéne. Dizem que assim mantem-se um certo mistério. Ou que faz parte da sua privacidade e que não podemos partilhar tudo.

Para mim isso não funciona. Então, se vou para a cama com ele, faço tudo e mais alguma coisa, depois não o deixo ver-me nua a tomar banho? Será isso apenas defesa da privacidade ou impedimento à intimidade entre casal? Obviamente, há uma ou outra situação mais constrangedora e que se pode evitar, tipo dar uns "traques" frente ao jovem, ou esvaziar a bexiga e tal, mas até isso há quem o faço sem constrangimentos. Nesse ponto, realmente evito, pois não gostaria que o fizesse à minha frente. Mais do que intimidade ou privacidade, é uma questão de educação e respeito. Para mim, é como ser uma mulher independente mas permitir que um homem me abra a porta ou pague a conta. Não deixo de ser independente, apenas tolero um certo cavalheirismo romântico. No entanto, isto levanta sempre umas questõezitas...


O que se entende por intimidade? E a privacidade, até onde pode ir sem impedir a intimidade?

9 comentários:

Anónimo disse...

O sexo é um momento de loucura, de entrega, onde os nossos instintos e desejos mais básicos vêm ao de cima. O corpo humano está concebido e preparado naturalmente para isso.
A intimidade já pressupõe entrega e convivência, logo sentimentos mais rebuscados e profundos. Algo que só com o tempo e situações se vai construindo.
Por vezes, têm-se com facilidade "sexo ocasional" ou relações fugazes, mas não é qualquer um/uma que deixamos ultrapassar a "distância de segurança", entrando e transpondo o quotidiano da nossa vida e da nossa rotina.
Deixarmos "entrar", observar e interagir outra pessoa na nossa intimidade, é algo que se faz com calma, tempo e à medida que vamos conhecendo, habituando e adaptando à outra pessoa. Quer dizer, pelo menos no meu ponto de vista.

Anónimo disse...

Ainda há uns dias pensei que já não há homens cavalheiros! Eu sou independente mas gosto que um homem me segure a porta! Qual é o problema?!
Em relação à privacidade... o meu problema é outro, 24/7 não é a minha cena. Por muito que goste de um homem, eu preciso de espaço. Daí ter chegado à conclusão que as minhas relações só funcionam se for cada um na sua casa! Além de que gosto da cama só para mim! :-)

Anónimo disse...

Esqueci-me de dizer... A ausência de cavalheirismo num Homem não é opcional!
Tem?! Óptimo!
Não tem?! Salta fora!
Há que saber equilibrar as forças e fazer cedências, mas há coisas que nunca devem mudar, passem os anos que passarem.
Cavalheirismo está sempre em alta, semmmmmpre na "moda"!

Anónimo disse...

O cavalheirismo é das qualidades mais importantes que aprecio num homem. Quanto ao resto tem a ver com o tempo, com o à vontade que se tem com a pessoa e até com a personalidade de cada pessoa.

Sandra disse...

Oi,voltei,olha nesse aspecto concordo com a kitty,são habitos que se adequirem com o tempo.Eu gosto de um banho a dois,mas existem alturas em que gosto da casa de banho so para mim.

Topo de Gama disse...

Intimidade e constrangimento...

Creio que tudo surge com a envolvencia.. Nao com o tempo, mas sim a envolvencia.. o ambiente que surge á volta do casal, a capacidade de encarar com naturalidade coisas tao naturais e humanas.. Nao digo que seja facil, á partida, por exemplo, tomar banho com outra pessoa, jogar o jogo do "eu lavo-te e tu a mim.." mas certos "entendimentos" entre as pessoas facilitam esses momentos que não são nada mais que algo de positivo.. Facilitam a tal intimidade..

Claro está que ha mta boa gente que tem problemas (vergonhas) com o seu corpo.. Nao é o meu caso, pois sei aquilo que sou, mas não o escondo (ha melhor e ha pior..) É o que há.. Quem gosta, gosta.. quem não gosta, tem facil remedio...

Qt a situaçoes como os "traques" são evitaveis (quando o são!!), mas tambem são coisas que não me incomodam, desde que não sejam propositadas.. A mijinha, é na boa, nao me aquece nem arrefece.. Não o vejo como falta de educação..

Cumplicidade e respeito... Trata-se de saber o que é aceitavel para o outro... e para nós também...

Qt ao cavalheirismo, fica bem a qualquer um... O abrir a porta ou o pagar algo é secundário... A mensagem não é mostrar nada de mais, mas sim dizer que estamos "a fim de" algo com a outra pessoa.. Que ha uma vontade de tratar da outra pessoa e acima de tudo mima-la...

beijos ;)

VF disse...

A intimidade minha cara é uma mentira!

É a forma como consegues deixar que os contrastes dancem, mesmo parecendo que discutem!

Actriz Principal disse...

Minha cara, esses dois conceitos poderiam levar-nos a uma longuíssima discussão. Não seria apenas um chá, mas sim um pacote família de vários sabores de tisanas e afins.

É que privacidade é fácil de entender, trata-se de guardar algo que não se quer partilhar, seja tomar banho sozinha ou não querer contar o que andei a fazer na noite de Sábado passado.

Intimidade enquanto conceito pode até ser simples e andará a maior parte do tempo em torno do valor da partilha. Contudo, na prática, dificilmente duas pessoas concordarão no que será intimidade para um e para outro.

Até onde se pode ir? Há que ler nas entrelinhas!

Babe Certificada disse...

Temas tão subjectivos como a Intimidade e a Privacidade, podem dar em muitas opiniões diferentes. E foi o que aconteceu, neste post.
Depois de o escrever, que não foi mais do que atirar a questão ao ar, e à medida que fui lendo alguns dos comentários, chego agora a uma certeza. Não há certezas, nem verdades absolutas, quando em jogo estão pessoas e respectivos sentimentos.
Porque aquilo que para mim é a Privacidade, pode não ser para outros. Por exemplo, os telemóveis. Para mim é uma invasão de privacidade e falta de respeito alguém atender o meu telemóvel, ler as minhas sms, enfim, mexer-lhe sem a minha autorização. (E quem diz telemóvel, também pode dizer mails, cartas...) No entanto, conheço casais onde isso nem sequer é posto em questão, atender as chamadas é muito natural.
Talvez possa ser invocada a Intimidade nesses casos... Não sei.
O que me parece mais evidente é que tanto a privacidade, como a intimidade são diferentes de pessoa para pessoa, de relação para relação.
Mas parece-me que a privacidade tende a ser repensada e moldada para dar espaço à intimidade. Parece-me. ;-p